quarta-feira, 8 de junho de 2016

COISAS DA MINHA INFÂNCIA

          Lembro desse dia como se fosse hoje. Eu estava somente com Tetéu (minha babá) em casa  E Tetéu era uma criatura que fazia todos os meus gostos. Escutamos que alguém batia à porta. Era um fotógrafo! Ele veio com um papo querendo convencê-la, visto que eu era apenas uma criança de seis anos. Mas nem precisou muito blábláblá. Quando eu percebi que ele queria mesmo era tirar umas fotos minhas, topei de imediato. E Tetéu tentava me alertar: "Sylvinha, como é que você vai tirar fotos sem combinar nada com sua mãe ou sua avó? Isso custará caro...". Nem liguei. Tome a fazer pose, uma mais "exótica' que a outra, até no carro do meu vizinho (o coronel) eu subi e cruzei as pernas para um flash. Quando a sessão de fotos acabou, eu fiquei bem quietinha em casa.
          Mainha chegou do trabalho, voinha da feira e eu bem caladinha, rsrs. No final do mês quem chegou foi o fotógrafo para receber o dinheiro do book fotográfico, quando eu o vi de longe, corri para o banheiro e me tranquei! Pensei: "É agora que voinha vai buscar a tabica de goiabeira". Voinha começou a conversar com ele e percebeu que ele estava cobrando por uma fotos. Logo argumentou: 
         -Olhe, deve haver algum engano, a única criança que tenho em casa é minha neta, Sylvinha, ela tem somente seis anos e não tirou fotos com o senhor. 
      -Sim, sua neta tirou fotos comigo, muitas inclusive. Abra o álbum para verificar, senhora! 
      Ao abrir: "Dona Sylvinha, venha cá!!!". Eu abri a porta do banheiro e fui toda desconfiada. Ela queria ser firme comigo, fazer o uso da autoridade, mas não conseguiu. Quando ela olhava minhas poses na foto e a minha cara de desconfiada ao vivo, caiu numa gargalhada longa que deu trabalho para se recompor. Mas usou a autoridade com o fotógrafo: "Quem já se viu fazer negócio com uma criança de 6 anos? Só vou pagar pelo seu serviço porque eu gostei das fotos dela". kkkkkk
Eu, aos seis anos, em Olinda (PE).
. Quando mainha chegou em casa, voinha disse: "Veja o que sua filhinha aprontou...". Mainha caiu na gargalhada também. E isso foi contagiante. O álbum passeou pelo prédio inteiro, até o coronel Herlane riu da pose que eu fiz em cima do carro dele. Infância, que pena que não volta mais...

Nenhum comentário:

Postar um comentário