sábado, 13 de agosto de 2016

AMOR REAL







Reza o decreto no Diário Oficial
dia 13 de Agosto, feriado nacional
a Família Beltrão deverá parar
a data é muito importante 
precisamos comemorar!

É o aniversário da Rainha Elizabeth Beltrão!
Entre os motivos da celebração 
estão suas qualidades sinceras de coração:

Alegria de viver, dignidade, vaidade
às vezes faz o bom uso da dramaticidade
caso alguém não reconheça sua veracidade.

Exemplo para qualquer cristão
levou uma vida de fé e devoção
magnetizou a todos, sem exceção.

Cumpriu honrosamente a maternidade
ensinou aos filhos a se tornarem corajosos
para que pudessem combater os poderosos
tudo isso, sem deixar de lado a bondade.

É generosa, calorosa e extrema:
"me ame ou me odeie" esse é o seu lema
mais ou menos a incomoda
assim como a rejeição,
falta de reconhecimento e frieza
contrariam e muito a realeza.

Súditos, devemos cumprir essa ordem:
nossa Rainha precisa de um carinho enorme!
O motivo é simples e notório
filhos, netos, bisnetos e agregados
todos sempre foram muito bem guardados
no grandioso e caridoso coração
da nossa amada Rainha Elizabeth Beltrão.


OBS: Minha avó não teve a oportunidade de apreciar esses versos, pois quando eu escrevi esse poema, ela já estava em avançado estágio de uma doença impiedosa que foi implacável com a nossa matriarca: AlzHeimer! Esse mal destruiu com um único golpe a nossa família inteira. Fomos apagados literalmente da sua memória. A sensação de se tornar "desconhecido" por uma pessoa que sempre nos conheceu muito bem é horrível. Palavra que se adeque a essa situação não existe no dicionário. Hoje é dia de uma saudade incurável. Te amamos em essência, nossa Rainha Elizabeth Beltrão.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

AMAR(RAR) O LEITOR



Meu leitor, sabes quem sou?
Sou verso, metáfora, enigma
entrelinha que grita
texto simples com sentimento complexo
sou teu chão e teu teto!
Uma mulher que não brinca
nem com o que você lê em tinta.

Sou página, romance, imagem
desses  livros que guardas
sou a principal personagem
a que ama de maneira crônica
e com  poesia de verdade.

Não sei se te mereço
é um amor muito nobre
para uma poetisa pobre
pensando nisso sempre enlouqueço.

Quando chego e vejo que estás
envolto em livros e jornais
penso: Será agora
ou nunca mais?

Como mulher, prudente
como poetisa, entorpecente
te embriago em minha literatura
para fugir dessa apaixonante tortura.

Sinto desejos loucos, (in)decentes
não imaginas, por mais que tentes
entretanto uma coisa é fácil citar:
Nas estantes da “tua” vida
em presença física ou ausente
eu sempre estarei por lá
deixe estar...

Minha maior vontade como poetisa
é voar da página de um desses livros
numa leve e encantadora brisa
para você desejo me materializar
e como uma boa protagonista
te amar(rar) para nunca mais largar!

Tenho um recado doce, singelo:
amor de poetisa é estranho, é em excesso
é sentimento forte e em verso
forte mesmo, como café expresso
o leitor que desse amor prova
seja em rima ou em prosa
entra num judicial processo
e acaba como réu confesso.

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

FOGO FRIO





Olhar tímido
papo cínico
promessa tentadora
desse tipo, corra!
Nada convencia
nem seduzia
frieza fingia
corria
contradizia
porque queria.
Você tentou
me tentou
adiantou?
Cansou
esfriou
retornou
esquentou
e enfim
o fogo pegou.
Teu corpo no meu
enlouqueceu
depois do apogeu
nada convenceu.

Nem seduziu
correu
frieza fingiu
e sumiu.
Eu tentei
te tentei
calor ofertei
me decepcionei
Adiantou?
esfriou
gelou
petrificou
o fogo apagou.

E você?
Que pena...
Não requentou!