Nos teus poemas, eu
Nos meus poemas, tu
Em versos nus
Nos beijamos
Nos batemos
Nos desejamos
Nos guilhotinamos...
São os nossos (inter)textos.
Tuas indiscrições me açoitam
E uma saudade de tão grande,
concreta
Se expressa
Seja em papel, tinta
Pele ou saliva
Deixando visível
Nossos (inter)desejos.
Fugindo da normalidade
Vem nosso beijo abstrato
Distante por muitas cidades
E contraditoriamente
Mais saboroso que muito beijo
presente...
(Inter)beijos, obviamente!
Distantes, nossos corpos viajam
Sem a permissão da matéria
Mas com o apoio da velocidade da
luz
E ao se encontrarem
Na mais perfeita essência
Se agarram sem/com toda demora
Porque nossa pele tem memória
Disso e de mais coisas sabemos
Afinal, temos as nossas
infalíveis...
... (inter)certezas.