Não
sei se foi ontem
hoje,
de ontem para hoje
ou 30
de fevereiro
nem me atrevo...
Vou
logo adiantando
que escrevo
com a caneta alcoólica
e de
tinta dourada da Itaipava.
Que a
literatura me perdoe
dei férias
ao meu eu-lírico
escrevo
com o eu-lúpulo
bato
no peito embriagado e assumo
o que
sóbria não diria
nem por
tortura ou feitiçaria.
Ainda
não sei ao certo
como
se deu esse processo
aceitei
ao convite perigoso
desses
teus olhos acesos, fogosos
que de
medo eu quase corro.
O que
era para ser um tchau
foi o
ponto inicial
quase
deixei cair o queixo
quando
você me pediu um beijo.
Nada disse, apenas sorri
numa
porta que não abria
mas também não fechava
deixei-me ser atacada
mas também ataquei
por legítima
(in)defesa.
Num sofá
nem meu e nem teu
mas circunstancialmente
nosso
adverti
que nada além poderia acontecer
porque o território não era nosso.
Foi complicado
impor limite ao desejo
e tive
vontade de rir
quando
você me disse:
“Me
algeme!
está
muito difícil controlar minhas mãos
se
for para ficar nessa situação
vá embora
dormir!”
Isso não seria nada justo
eu queria te sentir, danadinho!
eu queria te sentir, danadinho!
Então resolvi fazer meus carinhos
para
que você não precisasse ser algemado
lhe fiz
alguns deliciosos agrados
até te cansar e dormirmos no sofá.
Em teu colo acordei
e antes do bom dia, pensei:
estou correndo um sério risco
me envolver com esses olhos
é um verdadeiro perigo!
Engana-se quem pensa que acabou por aí
na verdade, começou mesmo foi por aqui...
depois do sofá: céu, Sol, poema, mar
e se ele voltar, pra Marte, bem danada eu o irei levar!
OBS: Sempre temos pelo menos um amigo que sabe como arrancar coisas da gente com muita facilidade, não é mesmo? Seja um sorriso, um abraço, uma confissão. Eu tenho um amigo que vai muito além disso: Ele me arranca facilmente poemas! Rsrs. É muito comum ele se apropriar de alguns. Acontece da seguinte maneira: Ele lê meus versos, gosta e diz: "Esse é meu!". E eu acabo cedendo aos seus caprichos, porque acho o máximo essa "possessividade poética georgiana" que ele nutre pelos meus versos. É uma honra ter um poema "roubado" por essa criatura. Aconteceu isso (também) com esse texto em questão. George Gouveia acabou de publicar em meu Facebook: "Esse é meu!". Quem sou eu para discordar disso? Dedico com todo a admiração que nutro por esse grande amigo, "o poema danadinho". Sim, Geo: É teu! Te amo! <3