
A saudade é tão impiedosa que é comum
escutarmos: “Precisamos matar a saudade!”. Matar! Vejam que verbo mais cruel.
Alguém que é bom do juízo pensa em matar alguém que se ama? Nem na última das
hipóteses. Se fosse algo bom, o correto seria afirmar: “Precisamos viver essa
saudade!”. Até se vive, mas nessa circunstância: na ausência do ser amado. Quando
você cria um momento para “matar a saudade” e consegue ter em seus braços a
razão criadora dela, ninguém diz assim: “Eu estou com saudades de você!”,
porque a presença física mandou a saudade para longe e deu lugar para os abraços,
amassos, prazeres. Agora sim, cheguei onde queria: Gosto da saudade morta!
Mas
estou descobrindo outra face da saudade. E isso anda me surpreendendo, por ser
algo diferente: Uma saudade daquilo que não tive ainda. É uma mistura de
esperança com uma pontinha de certeza de que o momento que não vivi ainda vai
acontecer. Isso é motivador. Alguém deve estar se perguntando assim: “E isso lá
é saudade? Se não aconteceu ainda, pode ser ansiedade...”. Não deixa de ser
também, é uma mistura. Entretanto não é aquele tipo de ansiedade que perturba,
que inquieta, que tira o sono. É algo leve. Como Jorge Vercillo garante em uma
de suas canções: “Só de pensar em você já me faz tanto bem”. É isso! Sinto esse
tipo de sensação por um alguém que nunca foi meu. Dele tive apenas olhares, e,
diga-se de passagem: que olhares! Diferentes dos que estou acostumada a ganhar
por aí. Tem um quê de admiração, respeito, até de desejo, mas administrado da
maneira mais sábia possível. Sinto saudade desse tipo de olhar que me faz bem e
eu sei que terei de novo. Dele eu tive também um aperto de mão, diferente dos
demais. Senti a energia positiva de quem me disse através de um simples toque
que não deseja apenas assim como eu, ter uma pessoa para satisfazer desejos
carnais e no outro dia: “Como é mesmo o nome daquela pessoa que estive ontem?”.
Isso é algo tão normal na sociedade de hoje e eu não consigo entender o porquê
dessa normalidade tão bem aceita. Ah, e o abraço? Sim, tivemos alguns, assim, bem
breves, mas foi muito melhor que muito abraço hipocritamente bem demorado.
Houve sinceridade no gesto.
Todos
esses comportamentos que envolvem respeito (que é uma palavrinha que está
entrando em extinção porque existem poucos exemplares da espécie dela no mundo)
tornam claríssimo para mim que já conheço o sabor do beijo que nunca provei. E
eu posso garantir mesmo sem provar que já gostei. E quero repetir! (Rsrs). Ou
tornar realidade, para ser mais clara. Se isso é paixão, amor ou desejo eu não
sei, tenho dúvidas, mas de uma coisa eu tenho certeza: É uma saudade daquilo
que nunca aconteceu e dessa nova versão da saudade eu tenho algo a dizer: Ahhh,
dessa eu adoro! E entenda quem puder...
OBSERVAÇÃO: "Sinto saudade daquilo que nunca aconteceu" seria um poema, mas uma grande amiga chamada Sandra Silva, disse que não queria que eu escrevesse um poema com esse título porque eu seria muito técnica e metafórica, queria mais nitidez. Ser grande amiga de uma escritora tem essa vantagem de exigir o formato de um texto, rsrs. Dedico então esse texto para ela. Beijão para você, Sandrinha.
OBSERVAÇÃO: "Sinto saudade daquilo que nunca aconteceu" seria um poema, mas uma grande amiga chamada Sandra Silva, disse que não queria que eu escrevesse um poema com esse título porque eu seria muito técnica e metafórica, queria mais nitidez. Ser grande amiga de uma escritora tem essa vantagem de exigir o formato de um texto, rsrs. Dedico então esse texto para ela. Beijão para você, Sandrinha.
Preciso viver esta saudade que estou de você!!!!
ResponderExcluirAdorei.
Vamos viver essa saudade no dia do seu aniversário! Está pertinho...
ResponderExcluirTe amo, Karlota!